Um grupo de artistas angolanos está a mobilizar esforços para a criação de um sindicato da classe musical, com o objetivo de defender os interesses dos profissionais do setor e estabelecer um cachê mínimo por espetáculo.
A proposta surge em meio a crescentes reclamações sobre a desvalorização financeira dos músicos em eventos nacionais, especialmente por parte de promotores que, segundo os artistas, impõem valores abaixo do justo. O sindicato visa garantir maior dignidade à classe artística e criar uma tabela de referência que evite abusos.
“Não se trata apenas de dinheiro. É uma luta por respeito, reconhecimento e sustentabilidade da carreira musical em Angola”, afirmou um dos músicos envolvidos na iniciativa.
Além do cachê mínimo, o futuro sindicato também pretende atuar em áreas como assistência social aos artistas, regulação de contratos de atuação, formação profissional e fiscalização da utilização indevida de obras musicais.
A proposta está em fase inicial, mas já conta com o apoio de nomes influentes da música nacional, tanto do universo do kuduro quanto do semba, rap e afro-house.
A criação do sindicato está a ser acompanhada por juristas, produtores e representantes do Ministério da Cultura, que consideram a iniciativa “necessária e urgente” para a profissionalização do setor artístico em Angola.